quinta-feira, 19 de maio de 2011

Governo promete ser tolerante, mas duro com a Argentina

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em exercício, Alessandro Golombiewski Teixeira, disse nesta quinta-feira (19.05), durante reunião ministerial conjunta com setores da indústria gaúcha, que o Brasil vai ser tolerante com a Argentina, mas duro nas negociações. “Vamos agir dentro da legalidade e do respeito às regras internacionais de comércio exterior, mas o governo está empenhado na defesa de nossas empresas”, destacou.
A reunião, solicitada pelo deputado Jerônimo Goergen, teve a participação da bancada gaúcha, Fiergs, prefeitos e lideranças empresariais dos setores calçadista, máquinas e implementos agrícolas, trigo e arrozeiro. 


O deputado estadual Mano Changes representou a Assembleia Legislativa no encontro e pediu em nome do grupo técnico da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais do Parlamento gaúcho que o governo siga negociando, porém, buscando que a Argentina respeite os tratados e acordos firmados. “A Argentina terá eleições em 2011, o que faz com que o governo tome medidas protecionistas, com grandes prejuízos para o Rio Grande do Sul. Só este ano já são US$ 700 milhões”, destacou.
Mano lembrou que muitas empresas já pensam em transferir parte da produção para o país vizinho. “A Fiergs realizou levantamento com os exportadores e constatou que oito dos 10 setores que compõem a pauta principal de nossas exportações têm problemas com as licenças não automáticas. Muitos estudam abrir empresas na Argentina para fugir desse problema. O que se percebe é que nesse processo o Rio Grande acaba sendo o calcanhar de Aquiles da integração, pois tem parte de sua economia baseada nas exportações”, apontou.
Ao final do encontro, ficou decidido que o governo voltará a se reunir com cada setor individualmente e que colocará na pauta das discussões com o governo argentino, na próxima semana, a questão arrozeira. “Queremos saber como pode haver tanta diferença nos custos de produção, o que permite a entrada do arroz no Brasil por R$ 16,00”, finalizou o ministro.

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