Descabida e desrespeitosa com seus parceiros do Mercosul. Assim o deputado estudual e presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa, Mano Changes (PP), classificou a decisão da Argentina em determinar que, a partir do dia 1º de fevereiro, toda importação terá de passar por autorização prévia de órgãos estatais. “Isso fere o bom senso e representa mais um retrocesso nas relações entre os Estados que compõem o bloco. Integração pressupõe, acima de tudo, respeito aos parceiros”, apontou Mano.
Em fevereiro, na volta do recesso, o deputado pretende fazer uma nova reunião do Grupo Técnico do Mercosul para estudar a medida e analisar os impactos diretos e indiretos na economia do Estado. O parlamentar teme que novamente o Rio Grande do Sul seja prejudicado com a decisão do governo argentino: “Historicamente a indústria gaúcha tem sido a mais penalizada com as medidas arbitrárias da Argentina. Nossa vocação exportadora é punida em virtude da falta de competitividade, fazendo com que o Estado perca investimentos e, sobretudo, empregos”.
Segundo a nova regra, os importadores terão de pedir permissão antecipada, esperar pela aprovação e somente então ter acesso à sua compra, quando esta chegar à Aduana. Isso servirá, também, para que o governo autorize ou não a aquisição de divisas por parte das indústrias que necessitem comprar insumos para fabricar produtos. A medida busca, de acordo com o governo, equilibrar a balança comercial e impedir a fuga de capitais. “Entre todas as unidades da Federação, o Rio Grande do Sul é o único Estado que tem déficit na balança comercial com a Argentina. Em 2011 foram mais de US$ 2 bilhões, ou seja, somos o calcanhar de Aquiles da integração”, definiu Mano.
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