terça-feira, 9 de abril de 2013

Mano Changes realiza Seminário Internacional Contra o Crack

Experiências bem sucedidas de prevenção, recuperação de usuários, e de combate ao tráfico foram apresentadas durante o Seminário Internacional Contra o Crack. Idealizado e organizado pelo deputado Mano Changes (PP), o encontro aconteceu nesta segunda-feira (8), no Teatro Bruno Kiefer, localizado no 6º andar da Casa de Cultura Mário Quintana.

Autoridades nacionais e internacionais marcaram presença no seminário, que contou com o apoio da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, do Instituto Crack Nem Pensar, da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus), e da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP).

“Ao lado destes parceiros, hoje vamos discutir políticas públicas conjuntas para combatermos os malefícios desta droga na sociedade. Este é um trabalho que faço há cinco anos, realizando palestras em escolas e universidades do Rio Grande do Sul, trabalhando especialmente com crianças e jovens. Agora, com o seminário, vamos discutir esta questão no Mercosul e pensarmos em políticas públicas conjuntas com os países de fronteira, tendo a Assembleia Legislativa como protagonista deste processo”, disse Mano.

Dados do Observatório do Crack indicam a presença da droga em 98% dos municípios brasileiros. Para o deputado, o seminário pode ser o início de uma grande mobilização para frear números destas estatísticas, sendo o maior objetivo do evento criar uma Rede Comunitária, para formação de grupo de discussão com a participação de agentes multiplicadores e organização de um cronograma de reuniões, visando confrontar ideias em prol do combate desta epidemia, que é o crack.

Painéis

Conhecido pelo trabalho de prevenção ao crack através da música, o músico e deputado Mano Changes, abordou durante sua fala os problemas gerados pelo vício como a banalização da vida e da violência, também destacou a importância das pessoas passarem adiante o conhecimento adquirido sobre os malefícios dessa droga.

“Cada um de vocês aqui podem se tornar multiplicadores deste projeto, usando conceitos inteligentes e mostrando que falar mal do crack não é careta. Não basta dizer não, precisamos afastar essa epidemia de perto de nós. Segundo estatísticas, 80% dos usuários viciam na primeira vez que usam essa droga. Basta uma vacilada para gente perder alguém para a pedra”, alertou.

O trabalho de prevenção e recuperação no Rio Grande do Sul, o combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro e as ações contra o tráfico na Colômbia foram alguns dos principais assuntos abordados pelos painelistas convidados: Marcelo Dornelles, presidente do Instituto Crack Nem Pensar; José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro; e José Maria Borrero Navia, professor da Universidade de Caldas, na Colômbia.

Trazendo um histórico do trabalho de prevenção e recuperação já realizado no Rio Grande do Sul pelo Instituto Crack Nem Pensar, o presidente Marcelo Lemos Dornelles, destacou que o trabalho do instituto é focado principalmente na prevenção, através da realização de projetos e ações culturais e socioeducativas.

“Temos o projeto Um Novo Amanhã, que busca informar e conscientizar os jovens sobre o malefício do uso de drogas. Estamos batalhando este ano para construção de um site interativo, uma Revista Infanto-juvenil, um circuito cultural, a realização de um documentário e outras pesquisas para o desenvolvimento de novas mediações que objetivam coibir a disseminação do uso de crack”, concluiu sua explanação.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, falou sobre a experiência das Unidades de Polícia Pacificadora no combate ao narcotráfico em especial o crack, enfatizando que a violência está fortemente atrelada ao uso de drogas.

Beltrame apresentou a realidade do Rio de Janeiro, dificuldade de trabalhar segurança pública em meio à disputa de ocupação de territórios por traficantes, corrupção policial e corrupção do sistema em geral. “Por décadas, mais de 30, 40 anos, tivemos no Rio um Estado que permitia e convivia com este cenário e uma sociedade/população local que tolerava e silenciava toda essa problemática. Nosso primeiro desafio para o combate às drogas e pacificação, foi à entrada nas comunidades e o segundo o desenvolvimento de ações, agora esse é um processo continuo, pois a segurança pública é um sentimento, uma sensação”, explicou o secretário.

A contribuição do professor José Maria Borrero Navia, do Grupo de Investigação, Cultura e Droga da Universidade de Caldas, Colômbia, no encontro foi abordar o controle social e a política criminal sobre Drogas na América Latina.

Durante sua fala, Navia destacou ainda que a guerra contra as drogas tem sido um fracasso e que paradoxalmente isso representa por outro lado notável sucesso da droga. “Perdemos alarmantemente os povos da América Latina, especialmente jovens, pobres rurais e indígenas. Essa guerra tem matado milhares de cidadãos, além de arruinar o nosso patrimônio ecológico, cada vez mais com a exploração de madeira e herbicidas, precisamos discutir e enfrentar essa realidade”, salientou.

Presenças

Além do deputado Mano Changes, do presidente do Instituto Crack Nem Pensar e subprocurador de Justiça do estado , Marcelo Dornelles, do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e do professor da Universidade de Caldas, na Colômbia, José Maria Borrero Navia, também estiveram presentes no Seminário Internacional Contra o Crack, o coordenador do Escritório de Apoio no RS da senadora Ana Amélia (PP), Carlos Carvalho, o secretário da Saúde do Estado em exercício, Elemar Sand representando o Governador do estado do Rio Grande do Sul Tarso Genro, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, o delegado diretor do Denarc, Joel Souza de Oliveira, a presidente da Abrasus, Teresinha Alves Borges, o presidente da FMP, Mauro Luís Silva de Souza, o defensor público do RS, João Carlos Carmona Paz e os deputados Ernani Polo (PP), Jeferson Fernandes (PT) e Cassiá Carpes (PTB).

Texto: Agência de Notícias/ ALRS
Edição: Assessoria de Comunicação - Mano Changes
Foto: Marcelo Bertani/ Agência ALRS

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