segunda-feira, 15 de março de 2010

Deputados pedem explicações sobre demissões na ULBRA


Preocupados com a falta de informações sobre os motivos da demissão de 212 professores da Ulbra o presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, da Assembléia Legislativa, Mano Changes (PP), e o deputado Raul Pont (PT), membro titular da referida Comissão, procuraram hoje a tarde a reitoria da universidade. Segundo os parlamentares, o motivo da visita foi a dificuldade que as comissões de Educação e de Direitos Humanos estão tendo para agendar uma reunião com a reitoria da Ulbra. “Achamos que a demissão de mais de uma centena de professores deveria ter tido uma maior transparência por parte da universidade”, afirmou Changes. O interesse dos parlamentares se dá em função de denúncias encaminhadas por alguns docentes, dando conta de que os critérios para as demissões tiveram motivação política, por terem participado de protestos realizados por ocasião da mudança da direção da Ulbra.
Ao chegarem na reitoria da universidade, no campus de Canoas, os deputados foram recebidos pelo chefe de gabinete da reitoria, José Luiz Duizith, que informou da impossibilidade de se reunirem com o reitor Marcos Fernando Ziemer uma vez que o mesmo encontrava-se em reunião. “Peço desculpas em nome do reitor e informo que era nossa disposição procurá-los na próxima semana”, declarou Duizith. Segundo ele, a razão para a não marcação imediata de uma reunião foi o início das aulas e a necessidade de conclusão do plano de reestruturação da universidade.
Motivos
Sobre as demissões o chefe de gabinete reconheceu que houveram alguns problemas de comunicação no contato prévio das coordenadorias com os professores. “Isso deveria ter acontecido antes do início das férias”, afirmou Duizith. Em relação aos motivos das demissões ele citou os dois principais. O primeiro foi a necessidade de atendimento da legislação que determina que 30% dos docentes devam trabalhar em tempo integral. “Tínhamos apenas 13%”, declarou, ressaltando que se não houvesse a alteração a Ulbra estaria ameaçada de perder o status de universidade passando a ser considerada como faculdade.
O segundo motivo foi a questão financeira. Nessa aspecto o chefe de gabinete fez uma manifestação preocupante. Disse ele: “Se a Ulbra não fosse uma entidade filantrópica certamente já teria entrado em concordata”. Sem informar o valor total da dívida, José Luiz Duizith disse que os dois maiores credores da universidade são a União e o Banrisul. “Estamos em processo de negociação”, afirmou. “Estamos andando para frente. O que ficou para trás está parado”, declarou. Outro fator que exigiu o enxugamento do número de docente foi a redução do total de matrículas. “O número de alunos baixou de 33 mil, em 2009, para 18 mil, em 2010. Já nossa estrutura de docentes permaneceu a mesma, cerca de 1.500 professores”, disse Duizith.
Com relação a preocupação com os critérios das demissões e com a possibilidade de revisão das mesmas, ficou acertado que a Ulbra e a Comissão de Educação irão manter aberto um canal direto de comunicação a fim de que haja transparência nas decisões que serão tomadas sobre o assunto. Antes de deixarem a reitoria os deputados Mano Changes e Raul Pont tiverem a oportunidade de contatar com o reitor Marcos Ziemer, que interrompeu a reunião que se encontrava para cumprimentá-los.

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