terça-feira, 3 de junho de 2014

Impunidade e facilidade de ação estimulam roubos de carros em frente a pré-escolas.



Pais com filhos em cadeirinhas viraram alvos de ladrões oportunistas
A Comissão de Segurança e Serviços Públicos realizou audiência pública conjunta com a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia para tratar da segurança pública em frente às escolas de educação infantil no Estado. O proponente do debate, realizado na manhã desta segunda-feira (2) no Plenarinho, foi o deputado Mano Changes (PP). O parlamentar progressista encaminhou a criação de um grupo de trabalho. Também será solicitado à Secretaria de Segurança um mapeamento dos furtos e assaltos em frente às escolas.
Segundo o deputado, o crime organizado diagnosticou uma oportunidade. Pesquisas indicariam que não se deve demorar mais do que 15 segundos saindo de um veículo. No caso das crianças, por causa da cadeirinha, ao estacionar na frente da escola, os pais ficam um tempo muito maior para tirar os filhos. “O problema tem atingido tanto as escolas privadas quanto públicas.”
O deputado Ernani Polo (PP) representou a Comissão de Educação na audiência. Ele destacou a preocupação do pais, mas alertou que o problema é de toda a sociedade.
A vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimento de Educação Infantil (Sindicreche), Ivana Cristina Marques, salientou a importância da educação para a prevenção ao crime. Revelou que os assaltantes também atacam quem está a pé.

“A gente sabe que o foco está nas escolas particulares, que há muito tempo atraem os criminosos”, afirmou a representante do Ministério Público, Maria Regina de Azambuja. Ela acredita que, no caso das escolas públicas, os órgãos de segurança devem ser responsabilizados. Porém, as escolas particulares devem contribuir contratando guardas privados.

“Nós, enquanto sociedade, também produzimos a violência, na medida em que não conseguimos manter os alunos na escola”, declarou a promotora, enfocando a prevenção ao crime. Ela observou que os índices de adolescentes infratores com pouca escolaridade é muito alto. “Enquanto a criança está na escola, ela tem grandes chances de não se envolver com o tráfico, com a violência.” Ela sugeriu que esse tema também seja debatido em audiência pública.

Impunidade e lucratividade

“Nós chegamos a números estratosféricos”, lamentou o delegado de Roubo de Veículos, Juliano Ferreira. Diariamente, são furtados ou roubados de 27 a 30 carros em Porto Alegre. Para o delegado, a impunidade é o principal fator da criminalidade, mas ele não acredita que a mudança na lei seja o melhor caminho. “Precisamos trazer o Judiciário para o debate.”

Outro fator atrativo seria a alta lucratividade. Segundo o delegado, um carro roubado pode valer de R$ 600 a 10.000. “O risco de ser preso é pequeno e, quando isso acontece, fica-se por pouco tempo na cadeia. Ele contou que, diariamente, prende indivíduos que haviam sido capturados na semana anterior.

O delegado sugeriu que seja encaminhado para a Secretaria de Segurança um documento solicitando o mapeamento dos roubos de veículos em frente às escolas. Dessa forma, poderiam ser criadas estratégias de policiamento ostensivo e de investigação para o combate a esse tipo de crime.

Como medidas preventivas, o delegado pontuou delimitar área de estacionamento em frente às escolas (que deve ser feito junto à prefeitura), sensibilizar os pais para que não estacionem fora desse local e cheguem preferencialmente nos horários de movimento, implantar a segurança privada para as escolas particulares e uma campanha de conscientização para a tomada de ações preventivas.
Representantes da Brigada e de Câmaras de Vereadores também participaram do debate.

Gabinete Mano Changes *

* Agência de Notícias AL

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