Mano Changes preside audiência pública sobre falta de segurança no Campus da UFRGS

A segurança pública no Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, foi tema da audiência pública presidida pelo deputado Mano Changes (PP), nesta segunda-feira (17), às 9 h, na sala Maurício Cardoso da Assembleia Legislativa em Porto Alegre.

Resultado da organização conjunta das comissões de Cidadania e Direitos Humanos; de Segurança e Serviços Públicos; e de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, a audiência foi proposta devido a mobilização de uma estudante, Alexandra Lazzarini, em virtude do assalto sofrido em outubro deste ano, dentro do Campus da universidade.

Mano Changes ao abrir a audiência ressaltou a importância desse ser apenas o começo de uma discussão para beneficio e melhoria da segurança pública do Campus e sugeriu a criação de um grupo de trabalho para debates em prol da melhoria da segurança na universidade.

- Diante do aumento da violência temos a necessidade ter políticas e projetos para evitá-los e combatê-los. Quero sugerir a criação e formalização de um grupo de trabalho para encaminhamento de ações como em um primeiro momento um plano emergencial, e na sequencia um plano de segurança que acontecerá ao longo prazo.

O parlamentar adiantou que o grupo de trabalho debaterá questões como: potencializar o trabalho para realização de concurso para seguranças públicos universitários; debater com universidades privadas métodos preventivos de segurança; criar um plano emergencial de segurança para o Campus do Vale da UFRGS ; analisar o contrato de prestação de serviços de empresas de segurança que atuam no Campus do Vale da UFRGS; estudar a possibilidade de um convênio entre Polícia Federal, Polícia Civil e Brigada Militar para melhoria da segurança.

Para Mano, o encontro que reuniu a presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior POA – ADUFRGS, Maria Luiza Ambros von Holleben; o presidente do conselho de representantes do Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior POA - ADUFRGS, Eduardo Rolim de Oliveira; a coordenadora do DCE UFRGS, Nathalia Bittencurt; o delegado e diretor do departamento de Inteligência da Segurança Pública – SSP, Nedson Ramos de Oliveira; representantes da ASSURGS, Mozart da Costa e Bernadete Menezes; o Major da Brigada Militar, André Ribeiro; a Tenente Coronel Comandante do 19º BPM, Nádia Gerhard; e a advogada Eliane Rodrigues, foi positivo e possibilitou que as entidades representadas apresentassem suas demandas e proposições para a questão que envolve a falta de segurança no Campus do Vale UFRGS.

O deputado reforçou em sua fala, que espera que o material reunido e toda a discussão colabore para melhora do serviço e que traga conforto para os estudantes estarem centrados na qualidade da educação, atividades e aprendizado e não se preocupando se serão assaltados, agredidos ou violentados ao chegar ou sair da Universidade.

Changes finalizou a audiência dizendo que é importante garantir a pluralidade na criação do grupo de discussão para que todos possam convergir e a partir do início do próximo ano após o recesso legislativo, trabalhar e potencializar as ações e monitoramento dos desdobramentos desse GT e incentivar a promoção de concurso público.

Foi instigada durante o debate a importância da participação de representantes do Ministério da Educação; Ministério Público Federal; Reitoria da UFRGS; Coordenadoria de Segurança da UFRGS; Secretaria da Segurança Pública; Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos; Ministério Público Estadual e Diretório Central dos Estudantes da UFRGS; Universidades Privadas; empresas de segurança terceirizada; Polícia Federal, Polícia Civil; Brigada Militar; gerentes de Bancos com funcionamento no campus e Associação de Moradores do Bairro Jardim Universitário.

Manifestações

A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre (Adufrgs Sindical), Maria Luiza Ambros von Holleben, destacou a necessidade de realizar um trabalho conjunto com a Universidade, mas também reforçar a responsabilidade de cada um nas questões que envolvem a violência em toda a sociedade.

Nathália Bittencourt, presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFRGS, sublinhou que os problemas de segurança no campus da universidade são crescentes. Ela sugeriu, entre outras coisas, que seja estudado e implementado um plano de segurança na UFRGS, a revitalização do ambulatório médico do Campus do Vale; a contratação de seguranças universitários e treinamento dos funcionários para atendimento emergencial de saúde.

Mozarte Simões, representante da Associação Nacional dos Seguranças Universitários, destacou que o último concurso para o cargo de seguranças universitários foi realizado em 1994 e que os agentes atuam sem os equipamentos necessários para exercer a função. "Em termos de segurança, a medida mais urgente para as universidades brasileiras é a realização de concurso público para a contratação de vigilantes", alertou.

O representante da Secretaria Estadual de Segurança Pública, delegado Nedson Ramos de Oliveira, sublinhou que a jurisdição para atuar no Campus do Vale da UFRGS pertence à Polícia Federal e que a Polícia Civil tem atuado e já esclareceu dois casos de estupro tentados e um consumado, ocorridos na instituição. Ele também sugeriu que a UFRGS crie um segundo perímetro de segurança que possibilite a identificação das pessoas que ingressam no campus.

A Tenente Coronel Nádia Gerhard, comandante do 19º Batalhão de Polícia Militar, destacou que a corporação realizou uma reunião com a segurança do Campus do Vale da UFRGS para tomar conhecimento da situação e estudar medidas para melhorar a segurança de todas as pessoas que frequentam a instituição. "Queremos ser parceiros e auxiliar a Universidade Federal na melhoria da segurança", reafirmou a comandante da BM.

Jessé Sangali de Melo, presidente da Associação de Moradores do Bairro Jardim Universitário, destacou que já existe um grupo de trabalho constituído dentro da UFRGS para debater as questões de segurança no Campus do Vale. Ele sublinhou que os moradores do bairro também sofrem com os mesmos problemas de segurança verificados na universidade, mas solicitou que sejam mantidos abertos os acessos de moradores aos terminais de ônibus existentes no campus.