quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mano propõe “pacto pela logística” para diminuir Custo RS

O deputado estadual Mano Changes (PP) propôs durante audiência pública conjunta entre a Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável e a Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais, na manhã dessa quarta-feira (5), a realização de um pacto pela logística a fim de diminuir os custos de transporte das empresas gaúchas. “Os gargalos na logística travam o desenvolvimento do Estado e custam hoje 18% do PIB do Rio Grande do Sul. A previsão é de que até 2020 estes custos aumentem 50%, o que irá comprometer o crescimento da indústria gaúcha, pois não há como crescermos nestes índices”, alertou o parlamentar.

O coordenador da gerência técnica da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Dias, aplaudiu a iniciativa do parlamentar. “É excelente a proposta do deputado Mano, pois precisamos de uma grande mobilização de toda a sociedade para colocarmos em prática o Projeto Sul Competitivo”, lembrou.

A audiência foi solicitada por Mano Changes e o deputado Alexandre Postal (PMDB) para debater o Projeto Sul Competitivo, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria em parceria com as federações das Indústrias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O estudo da empresa Macrologística traçou um perfil das principais cadeias produtivas dos três estados e projetou o crescimento destes setores, além de identificar os gargalos existentes na movimentação de cargas na Região Sul.

De acordo com o trabalho, seria necessário investir R$ 70 bilhões em 177 projetos a fim de aumentar a competitividade. “Deste total, priorizamos 51 projetos com obras nos setores ferroviário, portuário e rodoviário, o que demandaria um investimento de R$ 15,2 bilhões. Com isso, já seria possível economizar 80% dos custos de transporte na região”, explicou o diretor da Macrologística, Olivier Girard.

POLÍTICA DE ESTADO

Para o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, O Projeto Brasil Sul Competitivo deveria ser uma demanda de Estado, sendo incorporado pelo poder público independentemente de cores partidárias. “Perdemos grande espaço de competitividade fazendo com que o produtor do Rio Grande do Sul tenha um custo maior que os demais estados com logística”, destacou. Segundo ele, a média nacional de custo com logística está entre 15 e 17% do PIB, enquanto que no RS chega a 18% e nos Estados Unidos é de 8,5%.

Entre os eixos fundamentais para investimentos em infraestrutura de logística definidos pelo estudo estão a BR-116, entre Porto Alegre e São Paulo, a BR-101, a BR-285, a BR-282, a Rodovia Buenos Aires – São Paulo e a Ferrovia Norte-Sul.

Segundo o diretor de Logística da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado, Geraldo Henrique Filho, o governo deve abrir, no dia 29 de junho, as propostas encaminhadas para o edital de contratação do Plano Estadual de Logística e Transporte. Com investimentos do Banco Mundial, o estudo deve iniciar até o final do ano. “Temos o nosso plano, mas o estudo Sul Competitivo nos servirá de base”, afirmou Henrique Filho.

Da mesma forma, o diretor de Infraestrutura e Energia da Agência Gaúcha do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Marco Franceschi, destacou que o órgão público concorda com o estudo em diversos pontos, mas que também trabalha de forma independente dele na viabilização de projetos executivos para os modais do estado.

Segundo o chefe de gabinete da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Fabrício Loguercio, o órgão também está realizando estudo de zoneamento ecológico-econômico para definir os pontos onde pode haver investimento na infraestrutura e logística. “O estudo deve trazer resultado favorável a todos os investimentos apresentados pelo Sul Competitivo”, acredita Loguercio.

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